terça-feira, 29 de abril de 2008

Energia

Para uma habitação obter a sua própria energia eléctrica, existem dois tipos viáveis de energias renováveis aos quais pode recorrer: a energia solar e a energia eólica. Neste ponto, a nossa escolha recaiu sobre um compromisso entre ambas, para aproveitar as vantagens inerentes a cada uma delas.

Para uma casa com 2 dormitórios (ou seja, idêntica à casa por nós idealizada) são necessários 2,5 kW de electricidade. A turbina WT2500 da empresa Proven Energy, cujo custo de instalação atinge os 20.000€ e que tem 6,5m de altura, consegue, num local com velocidade média do vento de cerca de 5 m/s, fornecer energia suficiente para alimentar esta habitação. A energia produzida pela turbina é, posteriormente, armazenada em baterias (que terão de ser substituídas regularmente), para abastecer uma fonte de alimentação, sendo entretanto convertida a corrente contínua para corrente alternada. Uma outra solução possível, mais económica uma vez que dispensa a utilização de baterias, é vender a energia produzida à rede eléctrica para, posteriormente, a readquirir por um preço inferior. Este método, que em Portugal se encontra limitado por via da falta de concorrência no sector da electricidade, tem como grande vantagem a supressão do armazenamento mas impede, obviamente, a independência em relação às redes de abastecimento energético.

Uma casa autónoma também deve, na medida do possível, integrar soluções que permitam reduzir o consumo energético. A habitação por nós idealizada vai estar equipada com lâmpadas fluorescentes que, embora mais caras do que as incandescentes, consomem cerca de 5 vezes menos energia e duram 8 a 10 vezes mais. Para além disso, vão ser utilizadas cores claras no interior da casa para que a luz artificial e natural seja reflectida mais facilmente e cada compartimento vai incluir detectores de presença que desligam as luzes quando o mesmo está desocupado.

Quanto à energia solar, a sua função seria o aquecimento de águas e o aquecimento central. Para esse efeito, decidimos utilizar os painéis solares termodinâmicos da empresa portuguesa Energie, que possibilitam a elevação da temperatura da água e o aquecimento da casa com alta eficiência e grande economia de energia, mesmo em dias de chuva ou períodos nocturnos. Esses painéis solares são constituídos por um líquido ecológico que circula num circuito fechado, a temperaturas negativas, captando o calor através da superfície do painel e, seguidamente, libertando-o na água através de um permutador de calor. Esta tecnologia tem um alto rendimento, permitindo reduzir a área útil dos painéis, o que se revela benéfico do ponto de vista estético. O esquema de funcionamento está descrito na figura 1.

Para o aquecimento das águas, o sistema adequado é o Eco 300, que tem uma capacidade de 300L de água e é constituído por um painel e um termoacumulador (tal como descrito na figura 2), sendo suficiente para uma casa habitada por até 5 pessoas (o que se ajusta, uma vez que a nossa casa foi idealizada para 4 ocupantes). Este sistema, que aquece a água até 60°C sem libertação de CO2 para a atmosfera, é muito fiável, o que torna a manutenção praticamente inexistente. O termoacumulador posiciona-se verticalmente e é assente sobre o solo, tendo 1,8 metros de altura e 0,55 metros de diâmetro. A entrada de água fria situa-se na parte inferior, enquanto que na parte superior estão situadas a saída de água quente e uma entrada de retorno (para recirculação).

No que se refere ao aquecimento central, o sistema que seleccionamos é o Bloco Ener 8, que tem capacidade para aquecer um espaço até 425 m3 (se o isolamento for bom) e é constituído por 8 painéis solares e um bloco termodinâmico, tal como descrito na figura 3. A grande vantagem deste sistema em relação aos convencionais é o facto de não recorrer a nenhuma matéria combustível, o que é uma garantia de segurança. A eficiência energética também é um ponto a favor, uma vez que este sistema consegue, absorvendo 1440w de energia eléctrica, fornecer uma potência térmica de, aproximadamente, 11240w.


2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia. Somos um grupo de Área de Projecto de 12º ano de uma escola do Funchal, Madeira. Estamos a realizar um projecto muito parecido ao vosso e queriamos vos perguntar se nos podiam fornecer o nome do programa com o qual fizeram a projecção da casa e a respectiva planta. Obrigado. Antenciosamente,
Ana Carrelhas

Brunesky disse...

Boa tarde.
Não sei se vocês sabem, mas os painéis solares termodinâmicos não são considerados como energia renovável, pelo menos no RCCTE.
Já agora, acho que vos falta uma resposta ás renovações do ar interior.
De qualquer forma, está um bom trabalho.